Em meio ao desvario do capitalismo, cresce o empuxo ao "melhor". Os próprios pais não medem esforços para oferecer – até impor – aos filhos, expedientes que os fixem no topo das listas. Os que não se encaixam nesse modelo ideal ficam expostos a nomes diversos que surgem de todos os lados, tais como déficit de atenção, com ou sem hiperatividade.

A crença na ciência para a cura rápida deste mal do século XXI vem engendrando, com o abuso da medicalização, uma nova geração: os "Ritalineiros". E intervenções no sentido de alertar sobre os danos do inadequado e continuado uso da Ritalina, também uma drogadição que causa dependência - no caso, consentida e prescrita – são vãs. O imperativo é vencer!

Desconfiados com tais diagnósticos, analistas acolhem o que escapa ao discurso da ciência e apostam num sintoma que descole o sujeito dessa etiqueta imposta pelo Outro – familiar ou social – e que ele encontre outra saída para o seu mal estar, ainda que ele nada demande, pois, enganchado no discurso da ciência, não formula nenhuma questão sobre sua relação com o real.

Maria Cristina Maia Fernandes
EBP, Campina Grande, Paraíba